12 de outubro de 2005

0039/1001

As primeiras chuvas... os primeiros ventos... as primeiras folhas caídas no Parque da Cidade... um novo manto... um novo chão...

27 de setembro de 2005

dos rios que correm para a nascente...

E com alguma tristeza que vejo uma cidade tão maltratada. Quem a conhece, e olhando-a do outro lado do Mondego, só pode dizer que os senhores que fazem esta campanha e, no limite, o senhor que aparece na foto, quer mesmo meter de pernas para o ar a cidade. Como não consegue, vira-a, literalmente ao contrário. Senão vejamos: estão a ver aqueles prédios ali do lado direito, mesmo junto à face direita do candidato? é a zona da Conchada. E o arvoredo do lado esquerdo? é o Parque da Cidade... e toda a gente sabe que o Mondego antes de banhar a encosta da Conchada, deleita-se nas margens do Parque da Cidade. Olhando a fotografia, o rio foge para a Serra.
Os criativos pura e simplesmente usaram o efeito ESPELHO e meteram a cidade ao contrário. Vista de onde se vê, a Conchada É à esquerda da Universidade e o Parque da Cidade à Direita.
Como se não bastasse a confusão entre Vitor Batista e Victor Baptista...

26 de julho de 2005

COIMBRA: por quem cá passou...

«As 1001 noites sob o céu de Coimbra...

Adoro Coimbra ao entardecer, principalmente no Outono. O cheiro que esta estação traz envolvida, num final de tarde, ao passar pela rua do Botânico, a ouvir a RUC, com as folhas amareladas a interromperem a lenta caminhada até casa.
O banco de pedra na Faculdade de Letras virado para o sol a descer devagar sobre a cidade e a apagar mais um dia. Coimbra é a cidade perfeita para se vaguear à noite. Os candeeiros erguem-se imponentes na sua luz acolhedora e abrem-nos os olhos para as pequenas ruas que serpenteiam no meio de prédios que resistem gloriosamente à passagem do tempo. Sento-me nas escadas da sé velha. As luzes, as pequenas janelas e os sons que confluem todos no mesmo espaço...
O Piano Negro. As escadas que nos conduzem até ao Patelas, que nos deixam sem fôlego e nos recompensam no final com uma vista magnífica sob a veia aberta na baixa, a rua Ferreira Borges.
A cidade cheia de esconderijos como a cave das químicas com o som do contrabaixo a ecoar nas paredes. O Penedo da Saudade depois de uma noite sem dormir e as cores a mudar com o dia a nascer.
Coimbra em Agosto numa das raras esplanadas que sobrevivem ao desaparecimento quase fantasmagórico dos seus habitantes passageiros.
Coimbra no Inverno e a chuva a fustigar os prédios cansados e a pedir, com uma urgência muda, uma nova cara. Uma cidade que se renova e renasce num segundo para se tornar quase humana com toda a sua fragilidade imposta ao silêncio por aqueles que evitam as pequenas poças de água.
Transporto-me até aos pequenos cafés de bairro onde ainda recebem os clientes com um sorriso familiar...o esquininha, o nosso café...
As cidades fazem as pessoas e as pessoas fazem as cidades.
Gosto da maneira como operaste em mim tantas mudanças, dos sítios que ainda não me deste a conhecer, da tua resistência ao tempo e à impassibilidade daqueles que em ti não encontram nada de bonito...»

Cátia Faísco

25 de julho de 2005

AAC

pois é... lá me convenceram a tornar sócio da AAC-OAF.
Lá vou começar a marcar presença no sector 25, cerca de duas vezes por mês, para tocer pelo clube da minha cidade.
Tem sentido. Faz sentido. Apesar de continuar a ser do Sporting, acho que tinha muito mais sentido se o clube do coração fosse a Académica. Não é o do coração mas é o da opção.

27 de junho de 2005

As nuvens e os pássaros que as debicam

a inspiração não dá para mais do que apenas o título. Mas eles lá andam. A debicar as nuvens.

21 de junho de 2005

Suave amanhecer

Invariavelmente digo: "vai nevar!" o tom cínico não disfarça o dia de calor que se avizinha. São as manhãs de Verão de Coimbra. Só os mais incautos é que se atrevem a sair com casaco. Os que conhecem as manhas e manhãs da cidade sabem que se avizinha um dia solarengo com temperaturas elevadas. Às vezes mesmo proibitivas.
Mas há sempre quem teimosamente sai de casaco. Como se não conhecessem a cidade quando, na verdade, nunca viveram outra.

12 de maio de 2005

do outro lado do rio acontece a queima...

...e na blogosfera há textos assim. é O texto que gostaria de ter escrito...

5 de maio de 2005

a ponte é uma passagem... Posted by Hello
para a outra margem... Posted by Hello

3 de maio de 2005

0038/1001

As fachadas a partr do primeiro andar de quase todas as casas da Rua Visconde da Luz e da Ferreira Borges.

30 de março de 2005

24 de março de 2005

dias preguiçosos

É bom andar na rua em Coimbra e ouvir línguas estrangeiras de pessoas que aqui chegam por estes dias para gastar dinheiro, nas lojas, cafés, restaurantes, hotéis... alguém que nos ajude a iniciar a recuperação económica. Viva quem gasta dinheiro!

18 de março de 2005

talvez possa vir a ser uma das 1001. Por enquanto é a face oculta deste blog: uma razão porque não gosto desta cidade é este edifício estar fechado há mais de um ano. Posted by Hello

0036/1001

Posted by Hello

10 de março de 2005

8 de março de 2005

mar das pérolas

o poeta Camilo Pessanha que nascido aqui foi provar o gosto do oriente e ainda teve tempo de doar parte do seu espólio, o que escapou, ao nosso Museu Machado de Castro.

7 de março de 2005

0034/1001

o arco, a rua, o Palácio Sobre-Ripas...

0033/1001

a outra margem do rio, a outra estrada, paralela e a bordejar o rio. à noite, infelizmente só de carro e rapidinho...

0032/1001

A estrada entre a Ponte Açude e a Portagem, junto ao rio, à noite. - infelizmente só de carro e com as portas trancadas...

4 de março de 2005

sangue

O arroz de cabidela de galinha que se come no restaurante "o pátio", no pátio da inquisição, até a história do local está de acordo...

2 de março de 2005

0031/1001

a montra da Pharmácia Nazareth.

1 de março de 2005

o 1001 coisas...

...é também feito com comentários que recordam momentos como este. (ver comentário ao Hotel Astória, a nossa razão #0024

PM

A Polícia Municipal e o seu trabalho hercúleo de ordenar e humanizar a cidade

esquerda

Eu concordo! Isto está muito eu e tu...em quem estás a pensar?
Não vem a propósito, mas de vez em quando lembro-me! Não consigo tirar da cabeça o modo como perdemos dois pontos no domingo...

0030/1001

As memórias, certamente não comparáveis às de outros, do Arcádia e d'A Brasileira.

deslocação para a esquerda

sem qualquer cariz político, acho que há razões para fazer deslocar algumas participações e participantes da coluna da direita para a coluna da esquerda.
E, quem sabe, encontrar um contraponto ao gostar...

0029/1001

O Francisco Amaral e a Íntima Fracção - programa e blog.

para o António Lopes

nem um trilião de bits superam a beleza dos átomos aqui representados...

28 de fevereiro de 2005

para a abo

Posted by Hello Glicínias

insónias

o novo hospital pediátrico, a nova estação inter-modal, o metro de superfície, a estação de tgv com paragem de todos os comboios, a circular externa completa, a nova ponte sobre a mondego, a dignificação do choupal, e do botânico e da sereia, o museu em santa clara -a-velha, o novo museu nac. machado de casto, o museu das ciências da universidade, o novo conservatório de música e dança, o teatro da cerca de s. bernardo, o aeroporto da ota, a continuação até montemor da via rápida de taveiro, o arranjo e arrendamento de todas as casas vazias do centro da cidade, a continuação do parque verde até ao polo II, em ambas as margens, a académica a lutar sempre pelos lugares da uefa, o união na liga de honra (tem de fazer-se a distinção), o fim da especulação imobiliária, o palácio da justiça, a autoestrada para viseu, a autoestrada para a covilhã, a autoestrada para tomar com ligação ao IC8 para castelo branco, o tecnopolo para continuar o trabalho do instituto pedro nunes, a transformação da baixa em verdadeiro centro comercial ao ar livre com horários alargados, os monumentos da cidade devidamente tratados, com boa informação turística e acolhimento, o estimulo para a abertura de muitos cafés e restaurantes na baixa, abertos à noite e fins-de-semana, a reconversão do comércio da alta para galerias de arte e livriarias, e etc...a definição de uma política de promoção turística com "pés e cabeça", uma relação saudável e complementar com as restantes cidades da região, e isto tudo feito profissionalmente, como mandam as boas cartilhas...

26 de fevereiro de 2005

0028/1001

apesar de associado a amargas memórias de infância, o jardim e o lago com peixes vermelhos (será que ainda tem?) do Hospital dos Covões

0027/1001

O Pão de Centeio cozido no forno de lenha de uma padaria da Rua da Moeda, que não sei o nome mas Segunda-feira vou reparar.

0026/1001

O Choupal

0025/1001

Os pastéis de Santa Clara

25 de fevereiro de 2005

sem pipocas

algumas memórias são assim: um ciclo de cinema no tagv, em 1979 ou 80, naquela noite passava a quimera do ouro, e o meu pai teve uma ideia: levou-me a mim e ao meu irmão mais velho a ver o filme. nessa noite chovia muito, como não chove agora, a minha irmã ficou com a minha mãe, contrariada, não devia ter mais de cinco ou seis anos, e nós, sem automóvel, tínhamos de ir a pé. os três debaixo de um chapéu-de-chuva preto, o meu pai ao meio, a segura-lo, e a gerir a nossa defesa. subimos a ladeira do seminário, ao tempo ainda com calçada, e lá fomos fustigados pela água e pelo vento, nós e as arvores de jardim botânico, até ao cinema: mostrar o bilhete, ocupar o lugar, ver a luz apagar-se. aquela aventura de ir a pé, debaixo de uma intempérie, ao cinema ver o charlot ficou gravada na minha memória, mais do que o filme, ainda sinto as botas molhadas e o orgulho de ter participado em algo. foi uma iniciação a estes estranhos hábitos de sair de casa para ver ou ouvir algo bonito, sem pipocas.

para abo

as buganvílias Posted by Hello

0024/1001

O Hotel Astória

0023/1001

a Black Box

(declaração de interesse: o meu irmão é sócio. Mas os tipos são mesmo bons. Basta ver o portfólio)

24 de fevereiro de 2005

0022/1001

O Instituto Pedro Nunes e as empresas que aí são geradas. Sem qualquer ordem especial que não a de afectos:
a) FBA.
b) Bookmarc
c) Critical Software
d) Crioestaminal

23 de fevereiro de 2005

0021/1001

as mais de cinquenta bibliotecas da universidade de coimbra

0020/1001

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.

[foto: IPPAR]

0019/1001

A história de Pedro e Inês

22 de fevereiro de 2005

"sem assunto"

Era sexta-feira, tinha tomado café e visto os minutos finais de um jogo de futebol ao balcão do Café Safari e não me apetecia ir para casa. Saí e senti ao ar puro. Comecei a subir os Combatentes e olhei para as luzes apagadas do apartamento, elas estavam lá dentro, provavelmente as duas já a dormir. Continuei a subir com o frio a bater-me na pele. Acompanhei a escuridão neo romântica do Jardim Botânico, vi o Sr. Karol Wojtyla de costas, e ele, de braços abertos, passou a olhar-me também, enquanto eu descia já a Alexandre Herculano. Ao fundo, na Praça, virei à esquerda, passei o barulhento bar da Associação Académica. Comecei a subir a Rua Padre António Vieira e estava a chegar à Alta, deserta e silenciosa. No elevador fui até à varanda e olhei para o vale da Sá da Bandeira, com muitas luzes acesas ao longe, muitos vultos e cenas. A Alta é, apesar do seus estado degradado, a reserva de dignidade desta cidade. Passei por várias Repúblicas, e as antigas casas de José Afonso, Eça de Queiroz, Artur Paredes, António Augusto de Aguiar. Na Rua das Flores, a antiga República Palácio da Loucura e em frente, a casa de José Régio e da Presença. Casas prestes a cair, sombras, gatos e um grafitti: “Libertem a Múmia Abu Jamal”. Um alfarrabista fechado que eu não conhecia. É fácil passar por ruas novas na Alta e como eu gostava de ter conhecido este lugar há uns séculos, ao tempo da chegada definitiva de Fernando Magno, Rei de Leão, ou mesmo antes, quando no local da Sé Velha estava uma mesquita orientada para Meca. Quase entrei no Ateneu e veio-me à memória a sua biblioteca, com a catalogação manuscrita, de caligrafia pequenina e minuciosa, escola de ideologias fora de tempo. Andava depressa e sentia o meu ritmo cardíaco e os meus passos, quantos antes de mim não terão feito o mesmo, andar por ali, sem destino certo, só para andar e olhar, só para não me deitar tão cedo. Voltei para casa. No escuro elas dormiam juntas, acompanhadas por um urso de peluche.

0018/1001

os campos do Mondego onde acaba a morfologia acidentada da cidade e começa o aluvião

21 de fevereiro de 2005

o que é nosso é nosso

O sr. Alexandre Herculano pode até ter tido muitas boas intenções, que os liberais não eram de fiar, mas já lá vão 171 anos e nós, em Coimbra, queremos o que é nosso! Isso mesmo, queremos de volta todos os livros e todos os códices do Mosteiro de Santa Cruz, queremos tudo o que levaram. Faz parte da nossa memória, faz parte do nosso património urbano, da nossa história e identidade. Nós não temos cá nenhuma taça do F.C. Porto (nem queremos) e não venham com a conversa de que hoje em dia isso já não se justifica porque tudo se pode digitalizar, bla, bla, bla...QUEREMOS O QUE É NOSSO! Fiquem vocês com as cópias! Ninguém com autoridade tem coragem de assumir esta bandeira?

verão em criança

no verão, a avenida fernão de magalhães deserta, a ida para a figueira, o calor, a napa preta dos bancos do citroen diane vermelho e colar-se às pernas, a paragem para comprar morangos, a vista dos campos do mondego do bando traseiro, a chegada à praia de buarcos pela antiga estrada do forte, o sol no corpo, o bronzeador, a voz dos meus pais a dizerem-me para não me afastar, as rochas, o senhor vestido de branco a vender caramelos e pinhoadas e bolacha americana, ainda estou a ver a cara dele, a figueira do início da década de 80...o regresso a coimbra, imaginar que não era daqui, tentar ver as coisas com o primeiro olhar de um estrangeiro, a entrada feia da cidade para quem vinha do mar, a casa na ladeira do seminário, o cheiro a comida vindo da cozinha e o meu pai a tentar trabalhar com três crianças a fazer barulho, o seu ódio à televisão que ameaçou atirar pela janela. o telejornal com o raul durão.

0017/1001

as raízes na Quinta das Lágrimas

0016/1001

Associação Académica de Coimbra

20 de fevereiro de 2005

0015/1001

a Sé Velha em toda a sua monumentalidade. A porta especiosa, os claustros, a cúpula vista do interior...

17 de fevereiro de 2005

0013/1001

todos os pratos da Taberna, o acolhimento do Sr. Gil e os doces da Dalila

ali ao lado...

...está um formulário onde podes participar

0012/1001

um ex-grafitti: "Há vida inteligente na Universidade?"

0011/1001

Miguel Torga

0010/1001

O Café Santa Cruz

0009/1001

o arquitecto João Mendes Ribeiro

a moeda fraca

Não sei em quem vou votar no próximo dia 20, mas sei em quem não vou votar. Algo está mal quando os candidatos por Coimbra à Assembleia da República tem um discurso inexistente, e quando existe é negativo e derrotista sobre a cidade e o distrito que representam. Se algumas coisas estão mal, e estão, eles fazem parte dessas coisas a mudar!

Zita Seabra, com aquele ar ressequido que a caracteriza, quer "recolocar Coimbra no mapa", é verdade, ela disse isto. Para que mapas é que ela tem olhado? E se ela se preocupasse em colocar a terra dela no mapa! E porque não a mandam para as Berlengas?

Mário Nogueira acha que Coimbra “perdendo tanta influência vai acabar por desaparecer.” Ele podia adiantar-se e fazer-se desaparecer, talvez assim não só os professores da região estivessem mais unidos e bem representados como nós tivéssemos cabeças de lista da CDU mais estimulantes. A sua única vantagem é conhecer a realidade, antes de a distorcer pelo seu filtro mental. E faça-nos um favor, rape esse bigodinho!

Matilde Sousa Franco..., que dizer sobre ela para além de ter casado na Sé Velha pouco depois dela ser construída. Victor Baptista é cá da terra mas, coitado, só diz banalidades. É triste mas este é um dos nossos próximos representantes na AR. Venha a boa moeda!

José Manuel Pureza tem boas ideias e conhece a realidade, mas escolheu mal o partido, e ainda por cima é católico, será que ouvi bem?

Nobre Guedes, que até ao passado mês de Dezembro nunca tinha vindo a Coimbra, deve pensar que esta cidade são meia dúzia de casas em volta da Cimpor de Souselas. Olhe que não sr. dr...

Não havia ninguém melhorzinho?

16 de fevereiro de 2005

0008/1001

O Sol reflectido na calçada da Visconde da Luz

Calcário aos cubos com face polida

Mil e uma razões para andar a pé, e as cidades foram feitas para caminhar. Eu gosto muito de, nestes dias frios de céu azul, fazer longas caminhadas pela cidade, ver as casas antigas, as suas fachadas, algumas placas informando antigos moradores ilustres e imaginar os seus interiores. Mantendo um olho no passeio, evitando dejectos caninos e escarros, vou sentindo os meus pés tocando o chão, olhando quem cruzo. Por vezes consigo uma janela aberta, e à passagem um vulto, uma estante com livros onde reconheço uma ou outra lombada, ou um espelho reflectindo outras coisas nem sempre perceptíveis. Ao fim da tarde ou noite, o interior das casas visto dos passeios torna-se ainda mais interessante, a luz torna tudo acastanhado, dá-lhe cheiro, e tudo é mais visível. Gosto das cidades do norte da Europa, onde grandes vidraças, junto dos passeios limpos, são écrans vivos da cultura protestante. Para ver uma cidade caminha-se ao acaso pelas ruas e parques, bebe-se café com calma, olha-se à volta e para-se nas montras das livrarias. Algumas cidades foram feitas para caminhar, como a galega Santiago, com as suas lajes graníticas e copos de vinho em cafés escuros com interiores em madeira, ou Nice onde, na Promenade des Anglais, se anda com um pé no largo passeio e outro na estreita praia de seixos, de onde se vêem, nas varandas do Hotel Negresco, jovens mulheres nuas, expostas ao sol. Coimbra tem uma luz especial, de um tonalidade amarelada das cidades do sul com uma orientação sudoeste, em frente ao sol, exposta aos ares do mar. As cidades foram feitas para andar a pé. Em Amsterdão caminha-se em ruas escuras com cores rosas e luzes vermelhas. Passando junto às portas ouvimos convites de travestis asiáticos e de gordas prostitutas caribenhas, e um cheiro adocicado vindo de dentro. Em Bolonha um vasto sistema de arcadas sob as casas de construção neorenascentista, que povoam o centro da cidade, permitem andar quilómetros sem apanhar chuva no inverno ou o sol no tórrido verão da Emiglia-romana. Não foi por acaso que aqui surgiu a primeira universidade do ocidente. Eles sabiam que, séculos depois, nós ainda íamos gostar de andar a pé, e que iríamos arranjar 1001 justificações para o fazer.

0007/1001

O Outono na avenida central do Jardim Botânico

0006/1001

As árvores que se unem, literalmente, no Parque Manuel da Nóbrega

15 de fevereiro de 2005

0005/1001

A Baixa vista da Torre do Arnado

0004/1001

a colina de Santa Clara

0003/1001

as gaivotas que me transportam para a beira-mar

0002/1001

uma tanjerina num quintal da encosta da Universidade, com vista para o rio

0001/1001

um café ao final da tarde no Parque Verde.

natureza viva

uma rua, sol, uma esplanada, uma praça...
o jardim, o rio, as pontes, o outro lado...
o sítio que fica para trás, a placa que nos traz de volta...
o mau, o feio, o desorganizado...
a cidade orgânica. Redundância? às vezes... depende do sítio de onde a olhas.